SISTEMA ENDÓCRINO
A palavra Endocrinologia se origina do grego “ENDO”= que
vem de interno, “KRINO” = secretar, e “LOGOS” = de estudo. Literalmente
Endocrinologia o estudo das secreções internas.
Secreções internas conhecidas como Hormônios! Palavra derivada
do grego “HORMON” =o que coloca em movimento, impulso, estímulo.
O Sistema Endócrino clássico é composto pelas glândulas
mostradas na figura ao lado. A característica de uma glândula endócrina é secretar
hormônios diretamente na corrente sanguínea, diferente das glândulas ditas
“exócrinas” que possuem um sistema de ductos para conduzir suas secreções (ex:
glândulas salivares, sudoríparas, digestivas).
O sistema endócrino é o grande mensageiro do organismo
tendo papel fundamental na comunicação celular. Os hormônios informam às
células como está o meio interno, e o objetivo final desta comunicação é o
equilíbrio do corpo. Este estado de equilíbrio interno do corpo é chamado de
homeostase.
O sistema endócrino integra as informações e interfere em
praticamente tudo! É importante para: proliferação e diferenciação celular,
crescimento, comportamentos, metabolismo, sono, digestão, humor, lactação,
reprodução, percepção sensorial!
Os hormônios possuem múltiplas funções e formas de ação, e
o mesmo hormônio pode ter diferentes efeitos dependendo de em qual órgão ou
tecido está agindo. Além de se autorregular, o sistema endócrino interfere e
sofre interferências importantes do sistema nervoso e imunológico.
Se não bastasse tanta complexidade, o sistema Endócrino
não se restringe às glândulas clássicas mostradas na figura! A cada ano novos
hormônios são descobertos, secretados por órgãos que pertencem a outros
sistemas. Também secretam hormônios: pele, tecido adiposo, músculos, fígado,
rins!
Eu costumo brincar que um órgão só está completo, quando
se descobre que este secreta algum hormônio!
FUNÇÕES
A função primordial do sistema endócrino é integrar o
organismo para garantir a homeostase (equilíbrio interno). Os hormônios
funcionam como mensageiros, que levam o recado da célula que o produziu
até órgãos e tecidos que podem estar muito distantes!
A glândula endócrina secreta seu hormônio para o sangue, e
uma vez na corrente sanguínea, o hormônio tem acesso a todo o corpo! Mas já que
cada hormônio tem ações diferenciadas e em células específicas, como é possível
que uma substância secretada em quantidade muito pequena consiga encontrar
seu alvo?
Vejam como o organismo é inteligente: o hormônio só age
nas células que tenham um receptor específico para ele! O receptor é uma parte
da célula alvo que se encaixa no hormônio, um esquema tipo chave e
fechadura. E assim, dentre bilhões de células, o hormônio encontra seu par.
Depois que o hormônio se liga ao seu receptor, a célula é avisada que deve produzir uma resposta fisiológica. Por exemplo: quando o hormônio de crescimento (GH) se liga nas células do fígado a mensagem é: produza IGF1 que fará a criança crescer! Quando o mesmo GH se liga na célula muscular a mensagem é: sintetize mais músculo! E assim por diante...
Depois que o hormônio se liga ao seu receptor, a célula é avisada que deve produzir uma resposta fisiológica. Por exemplo: quando o hormônio de crescimento (GH) se liga nas células do fígado a mensagem é: produza IGF1 que fará a criança crescer! Quando o mesmo GH se liga na célula muscular a mensagem é: sintetize mais músculo! E assim por diante...
Algumas vezes os hormônios podem ter ação na célula
vizinha e não é preciso percorrer a circulação sanguínea, é a chamada ação
“parácrina”, e outras vezes o hormônio age na própria célula que o produziu, é
a ação “autócrina”!
Garantir respostas fisiológicas adequadas a cada situação
é tarefa complexa que envolve todos os sistemas. É como uma orquestra,
onde cada órgão desempenha um papel para a harmonia final!
ORGANIZAÇÃO
O sistema Endocrino tem uma organização e tanto!
Para que os hormônios cheguem a agir em seus tecidos alvos, muita comunicação teve de ocorrer antes entre o sistema Nervoso e Endócrino.
Para que os hormônios cheguem a agir em seus tecidos alvos, muita comunicação teve de ocorrer antes entre o sistema Nervoso e Endócrino.
Em termos gerais funciona assim: a região do cérebro chamada Hipotálamo manda sinais que estimulam ou inibem a glândula Hipófise, está por sua vez manda seu recado para as outras glândulas. Já as glândulas informam ao sistema Hipotálamo-Hipófise a quanto anda a sua produção hormonal, num sistema chamado de “feedback”, onde o próprio hormônio inibe as substâncias que o estimulam.
O hipotálamo é uma parte fundamental do nosso sistema
nervoso central, ele controla o sistema nervoso autônomo (funções fisiológicas
inconscientes), a temperatura do corpo, sensações de sede fome e saciedade,
interfere nas emoções e comportamentos, regula os estados de consciência e
ritmos circadianos (ciclo de vigília e sono).
A hipófise e considerada a glândula “Mãe ou Mestre”, já
que seus hormônios ditam o funcionamento de outras glândulas.
Ela é composta por duas partes distintas: anterior (ou Adeno-hipofise) e posterior (ou Neuro-hipofise). Cada parte é responsável por funções diferenciadas.
Ela é composta por duas partes distintas: anterior (ou Adeno-hipofise) e posterior (ou Neuro-hipofise). Cada parte é responsável por funções diferenciadas.
A Adeno-hipófise produz os hormônios que controlam o
funcionamento de outras glândulas endócrinas, enquanto a Neuro-hipófise
armazena e secreta hormônios produzidos pelos neurônios do hipotálamo.
A comunicação entre Hipotálamo e Hipófise é muito
peculiar. Não é necessário que as substâncias caiam na circulação sanguínea
geral. Existe uma delicada e fina rede de vasos sanguíneos que liga Hipotálamo
diretamente à Hipófise (sistema porta), garantindo um ajuste fino da produção
hormonal!
Essa fisiologia é linda! Tudo concorrendo para um
equilíbrio constante, nem demais, nem de menos. Quando há desequilíbrio as
doenças endócrinas aparecem.
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