Antes do surgimento da insulina em 1922, o diagnóstico de Diabetes
Mellitus do tipo 1 era uma sentença de morte. O tratamento era uma dieta de
inanição, e dois anos era o prazo médio de sobrevida para essa doença.
A primeira referência ao Diabetes data de 1.500 AC, no Egito. O Papiro
de Ebers, um dos Tratados Médicos mais antigos, foi o primeiro documento
conhecido a fazer referência a uma doença que se caracterizava por emissão
frequente e abundante de urina.
A doença foi batizada de Poliúria. Muito tempo depois, já no século II
DC, na Grécia antiga, um discípulo de Hipócrates, Areteus, a chamou de
Diabetes.
Areteus descreveu o problema da seguinte forma: "Uma afecção
notável, não muito freqüente entre os homens, consistindo no derretimento dos
membros e da carne em urina. Os pacientes não param de urinar, sendo o fluxo
incessante, como a abertura dos aquedutos. O paciente tem vida curta. A doença
lembra Diabetes (do grego diabetes significa passar através de um sifão),
porque o líquido não permanece no corpo, mas usa o corpo como um
reservatório." Depois vieram os indianos, os chineses e os japoneses a
constatarem o doce da urina, quando observaram aglomeração de moscas e formigas
em torno do líquido.
Mas só muito tempo depois, já no século XVII que tal descoberta foi
realmente evidenciada, quando Willis na Inglaterra, bebeu um pouco de urina e a
comparou com o mel. Daí veio o nome do latim: Mellitus.
O século XIX foi marcado pela descoberta dos tipos do Diabetes.
Lanceraux e Bouchardat constataram que, em pessoas jovens, o Diabetes se
apresentava de forma mais agressiva do que em pessoas com mais idade.
Nesses pacientes os sintomas eram menos severos e estavam ligados ao excesso de
peso.
Em 1869, Paul Langerhans decreveu o que mais tarde ficou conhecido como
“Ilhotas de Langerhans”. O termo “insulina” deriva da palavra “Insel”, ilhota
ou ilha pequena em alemão.
Até a descoberta da Insulina, muitos tratamentos foram tentados, dentre eles
o uso do Ópio e alimentação hipercalórica. Acreditava-se que era preciso
compensar as perdas nutritivas que escapavam pela urina; e até o consumo de
açúcar foi estimulado, na tentativa de fazer com que o paciente recuperasse o
peso perdido.
Após a conclusão de que se tratava de um tratamento desastroso foi
instituído exatamente o oposto: as restrições alimentares eram o caminho e os
carboidratos deveriam ser abolidos da dieta.
A revolução no tratamento veio com a descoberta da Insulina, um dos
maiores feitos da Medicina. Em 1922, os cientistas Canadenses Banting e Macleod
experimentaram a substância em um garoto adolescente de 13 anos, um ano depois de
terem extraído a insulina do pâncreas de animais. Esse paciente viveu até os 27
anos de idade.
A descoberta da Insulina rendeu o Prêmio Nobel de Medicina a esses
cientistas que o dividiram com Best e Collip, pela participação na descoberta. A
próxima etapa era viabilizar a insulina a um grande número de pacientes com
diabetes no mundo. E a seguir modificações na molécula de insulina que
permitissem um tratamento mais parecido com a forma que a insulina é
naturalmente secretada pelo pâncreas.
Em 2007, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) considerou
o Diabetes um grave problema de saúde pública mundial e orientou os países a
realizarem ações de saúde pública para diagnóstico e tratamento da doença.
Nesta ocasião foi escolhida a data 14/11 como o dia Internacional do
Diabetes. É a data de nascimento de Frederick Banting, um dos descobridores da
insulina. Atualmente mais de 160 países comemoram a data.
Foi em 2007 que entrou em vigor, no Brasil, a Lei nº 11.347/2006, que trata
da distribuição gratuita de medicamentos e insumos para o tratamento e controle
dos diabéticos.
O símbolo da data é o círculo azul. O circulo representa a vida e a saúde,
e o azul reflete o céu que une todas as nações.
Nesta data várias ações ocorrem
em todo o planeta, com o objetivo de alertar o mundo sobre o Diabetes. Promover
a prevenção (quando possível) e o diagnóstico precoce.
Hoje os diabéticos somam 422 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 14
milhões de pessoas apenas no Brasil, cerca de 10% da população adulta. 12% de todos os gastos globais
com saúde são para tratar o diabetes.
Os números são expressivos, mas ainda assim subestimados. Acredita-se
que metade dos portadores de diabetes não sabe que tem a doença. O atraso no
diagnóstico e consequentemente no tratamento aumenta muito as chances de complicações
crônicas.
Os dados em crianças também
são alarmantes: 1 a cada 7 nascimentos é impactado pelo diabetes gestacional, e
542 mil crianças convivem com o diabetes tipo 1, que tem aumentado em torno de
3% ao ano. A pandemia da Obesidade,
somada ao sedentarismo tem aumentado o aparecimento de Diabetes Mellitus tipo 2
em crianças e adolescentes.
A hora de agir é agora!
Fontes:
História da
Medicina
Organização
Mundial de Saúde
International
Diabetes Federation
http://www.ncdrisc.org/
Oi poderia informar o que seria exame de insulina pós prandial?
ResponderExcluirNa verdade fazemos a dosagem de glicemia pós prandial, que é a glicemia 2h após a refeição. A dosagem de insulina é feita em jejum, ao mesmo tempo em que se dosa a glicemia de jejum. A relação entre a insulina e glicemia ambas em jejum dá origem ao índice de HOMA, que é importante para avaliar a resistência à ação da insulina!
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