6 MESES! Chegou a hora de iniciar
outros alimentos para o bebê!
Do nascimento
até os 6 meses o bebê deve receber apenas o leite materno e na falta
deste as fórmulas elaboradas para recém –nascidos, que tentam imitar ao máximo
o leite humano. Aos 12 meses o bebê já deve se alimentar com a comida da família.
Quanta
mudança em apenas 6 meses!!! Muitas dúvidas surgem:
Quais alimentos oferecer?
De que forma?
Qual a frequência?
Posso iniciar alguns meses antes ou
depois?
Há como evitar alergias?
Cada bebê é único e recomendações
mudam de acordo com preferências pessoais, hábitos familiares e situações
clínicas. Mas existem recomendações gerais que valem ouro.
A Sociedade Brasileira de Pediatria,
em concordância com as recomendações da OMS e diversas outras Sociedades de
Pediatria no mundo recomenda o seguinte esquema básico para a introdução dos
alimentos:
6 meses - 1 a 2 Frutas e 1a Papa
7 meses – 3 Frutas e 2a Papa
9 meses – Aumento progressivo da
consistência
12 meses – Comida da família
COMO PREPARAR A PAPA DO
BEBÊ?
Antes de falar do preparo
da papa em si, quero esclarecer alguns termos que definem os alimentos de
origem vegetal, e geram certa confusão:
Vamos diferenciar o que são: hortaliças,
verduras, legumes, raízes, frutas, cerais!
HORTALIÇA: Termo genérico que engloba
vários alimentos de origem vegetal, como as verduras, legumes e raízes. A
diferença entre esses é qual a parte da planta é comestível.
VERDURA: A parte comestível são
folhas, flores ou hastes.
LEGUMES: A parte comestível são os
frutos ou sementes
RAÍZES: A parte comestível se
desenvolve abaixo do solo.
O grupo dos LEGUMES é muito amplo e
inclui os seguintes:
LEGUMINOSAS: Grãos que nascem em
vagens (feijão, lentilha, vagem).
CEREAIS: Sementes ou grãos das
gramíneas que dão frutos farináceos (arroz, trigo, aveia, milho).
OLEAGINOSAS: Sementes ricas em
gorduras (nozes, amêndoas, castanhas).
FRUTAS: Ganham um nome “diferente”
por seu sabor doce ou cítrico, mas na verdade fazem parte dos legumes. São
vegetais cuja parte comestível é o fruto. Em tempo: fruto é a parte da planta
que envolve as sementes.
O que é que tem na sopa do neném?
(Que mãe não conhece essa musiquinha? Rsrs)
Desde o início a papa principal deve
conter alimentos dos seguintes grupos:
Cereais ou raízes (2 porções, para 1
porção dos outros grupos)
Leguminosas Verduras ou legumes
Proteína animal
A proteína animal pode vir de carne
bovina, vísceras, frango, peixe, carne suína ou ovos.
Não é preciso acrescentar sal, por
isso o termo correto é Papa principal e não papa “salgada”!
Os alimentos da sopa devem ser
amassados com o garfo até ficarem com a consistência de purê.
Não é preciso (não se deve) passar a
papa na peneira ou liquidificador. Aos poucos a consistência deve ser
aumentada, respeitando-se o ritmo do desenvolvimento neuro-psicomotor de cada
criança.
A partir de 8 meses algumas crianças
já podem receber os alimentos da família amassados, triturados, desfiados ou
cortados em pequenos pedaços.
QUAL
VOLUME O BEBÊ DEVE COMER A CADA REFEIÇÃO?
Após os seis meses, a capacidade
gástrica do bebê varia entre 20 e 40 ml/Kg de peso! Por exemplo, um
bebê com 8kg consegue ingerir de 160 a 320 ml.
Conheça as variações do normal e
respeite os limites do seu bebês.... Bom apetite!
E ÁGUA?
Os bebês que são alimentados com
fórmula precisam tomar água nos intervalos entre as mamadas. Já os que são
amamentados ao seio não precisam, a não ser em algumas situações como
durante as ondas de calor com sensação térmica muito elevada.
Bebês têm estômagos pequenos. A água
em excesso pode saciar a criança, ocupando o lugar que seria do leite.
A recomendação de água (incluindo aí
a utilizada no preparo das mamadeiras) é de é de 700 ml para bebês entre 0 e 6
meses, 800 ml entre 7 a 12 meses e 1300ml de 1 a 3 anos.
E O CHAZINHO DA VOVÓ?
Bebês têm estômagos pequenos. Assim
como a água em excesso pode saciar a criança, ocupando o lugar do leite, o
mesmo raciocínio vale para a oferta de chás.
O volume excessivo pode reduzir a
ingestão de leite, e além disso há outros riscos ao se oferecer chás para bebês.
Alguns chás contém cafeína que pode
aumentar a frequência cardíaca, promover insônia e hiperatividade.
Outros chás contêm taninos, que
interferem na absorção do ferro levando à anemia.
Se não bastasse isso, a temível
doença “Botulismo infantil” conhecida por ocorrer após o consumo de mel em
lactentes, também pode ocorrer após o consumo de chás de ervas, como cidreira e
camomila.
O Botulismo é uma doença causada pela
presença no trato intestinal da neurotoxina da bactéria C. botulinum. A doença
é rara, muito grave, podendo ser fatal por paralização dos músculos
respiratórios em menores de 1 ano.
Resumindo: Chás não são indicados para bebês!
E OS SUCOS?
Este ano a Academia Americana de
Pediatria oficializou a recomendação de NÃO oferecer sucos para bebês!
Eu faço parte da turma e Pediatras
que há tempos já lutavam por esta recomendação. Entenda o porque:
Sucos de caixinha são ricos em
açúcares e conservantes, não devem ser dados nem para adultos! E quanto aos
sucos naturais?
De 6 meses a um ano a recomendação é
introduzir a fruta in natura e NÃO os sucos!!! Sucos não oferecem nenhum
benefício maior do que a fruta e podem trazer alguns prejuízos!
Ao transformar a fruta em suco as
fibras e algumas vitaminas são perdidas, enquanto há aumento de acidez,
elevação de volume (suco “enche” o bebê) e maior concentração do açúcar natural
da fruta - frutose. Essas modificações podem levar à diarreia, cólica,
flatulência, distensão abdominal e cárie.
Em relação ao estado nutricional, o
consumo de sucos pode levar a duas situações:
O bebê se adapta perfeitamente ao
suco, e fica com preguiça de mastigar e comer alimentos sólidos, acaba por
substituir as refeições pelo suco, levando a dificuldade de ganhar peso e
déficit de nutrientes importantes.
O bebê faz as refeições e ainda toma
o suco, isso aumenta a capacidade gástrica, eleva muito o valor calórico diário
e adapta seu paladar para preferir líquidos adocicados, tudo isso junto aumenta
o risco de obesidade.
Sucos não são apropriados para o
tratamento de desidratação e diarreia. Nesses casos a indicação é Soro Oral,
que tem a composição correta de sais e açúcares.
BEBES PODE COMER ALIMENTOS COM GLÚTEN??
Cereais fazem parte da dieta do
lactente! São fonte de energia, vitaminas e minerais. Mas alguns possuem o
temido e famoso GLÚTEN!
Algumas pessoas possuem intolerância
ou alergia ao glúten, e há ainda casos mais raros de Doença celíaca: quando o
glúten induz a um quadro de auto-imunidade (as células de defesa do corpo se
voltam contra o próprio organismo!) num indivíduo predisposto geneticamente.
Cerca de 30% das pessoas nascem com
esta predisposição, mas apenas 1% irá manifestar a doença.
Pesquisas recentes realizadas pela
Sociedade Norte Americana para o Estudo da Doença Celíaca mostram que para
reduzir as chances de sensibilização pelo glúten o ideal é introduzir a
proteína em torno dos seis meses e de forma gradual: 1,5g por dia no 6o mês,
2,5g no 7o mês e até 5g por dia a partir do 9o mês.
O atraso na introdução do glúten ou o
exagero no consumo aumentam os riscos de sensibilização pelo glúten.
Cereais sem glúten: arroz, milho,
linhaça, grão de bico, painço, amaranto, quinua. A aveia naturalmente não
contém glúten, mas é comum a sua contaminação com a proteína.
ALIMENTOS QUE NÃO DEVEM SER
OFERECIDOS AOS BEBÊS:
Açúcar
Mel
Chás
Sucos
Produtos industrializados
Leite de vaca