sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

SONO

Alimento, água, oxigênio e SONO! 
São fundamentais para a nossa sobrevivência. Sono é vital! Passamos em torno de um terço da nossa vida dormindo.
A maioria de nós concorda que ter uma boa noite de sono é importante para nossa saúde e bem estar, mas poucas pessoas priorizam o sono. Muita gente, no corre-corre quotidiano se acostuma a viver com uma certa privação de sono que já nem se lembra como é sentir-se realmente descansado após uma noite de sono reparador.

FASES DO SONO

    É durante o sono que o corpo cansado reorganiza seus sistemas para um novo dia. A imunidade é reforçada, células são renovadas, radicais livres são neutralizados, e aprendizado e memória são consolidados.

O sono é dividido em duas fases com cinco estágios. Os últimos 3 estágios se alternam enquanto dormimos, resultando em ciclos com cerca de 90 a 120 minutos.
 
  As fase do sono são: REM (do inglês Rapid Eye Movement =Movimento Rápido dos Olhos) e NREM, não-REM.  A fase NREM corresponde a 75% do período do sono, e é dividida em quatro estágios:
     
    Estágio 1: Sonolência. Dura em média 15 minutos, corresponde àquele momento em que a pessoa ainda não está realmente dormindo. Os músculos relaxam, a respiração torna-se mais suave e os olhos movimentam-se de forma aleatória. Esse estágio só se repete se a pessoa for acordada e voltar a dormir.

    Estágio 2: Sono leve. Dura em média de 5 a 15 minutos. A atividade cardíaca é reduzida, os músculos relaxam e a temperatura do corpo cai. É bem mais difícil de despertar o indivíduo. 

    Estágio 3: Início do sono profundo. Dura cerca de 40 min. no primeiro ciclo do sono e é menor a cada novo ciclo. É o momento em que o cérebro trabalha de forma mais intensa transformando informações temporárias em dados permanentes, com enfoque para reter memórias visuais acumuladas durante o dia.

    Estágio 4: Sono muito profundo. Dura em torno de 40 min. primeiro ciclo do sono e é menor a cada novo ciclo. A atividade cerebral se mantém em ritmo acelerado, as memórias continuam a ser gravadas no córtex e o organismo promove processos como a cicatrização de ferimentos. Despertar alguém nesse estágio é muito difícil.

É na fase NREM que se dá o descanso profundo do corpo e há secreção de hormônio de crescimento.
     

O quinto estágio é o sono REM, um período com características muito peculiares e quando sonhamos! Ele também é conhecida como sono paradoxal, já que, apesar de estarmos com a musculatura paralisada, os olhos (como o próprio nome da fase indica) e cérebro estão em franca atividade! Esta fase Dura cerca de três minutos no primeiro ciclo e vai aumentando nos ciclos seguintes.

Na fase REM os neurônios que transmitem os impulsos responsáveis pelos movimentos são bloqueados. Em outras palavras, durante os sonhos o corpo está temporariamente paralisado. Esta é uma estratégia interessante que evita que nos machuquemos! Já pensou se fossemos executar de verdade os movimentos que fazemos nos sonhos?

Assim como nas fases 3 e 4, as informações continuam a ser sedimentadas. Na fase REM o foco são as informações relacionadas a tarefas que requerem habilidade, como tocar um instrumento musical. As memórias visuais recentes são fixadas utilizando de associações entre informações recentes e antigas.
As histórias e situações aparentemente aleatórias ou sem sentido que surgem nos sonhos são resultado da articulação entre experiências recentes e fragmentos da memória. É nosso cérebro organizando as informações por meio de associações. Humor, criatividade, atenção, memória e equilíbrio estão intimamente ligados a essa fase.

Sonhar é uma atividade do inconsciente, e a lembrança do sonho só fica disponível no consciente se acordamos até 10 minutos após termos sonhado. Muitas pessoas experimentam o chamado “sonho lúcido” na qual tem consciência de que estão sonhando e controlam suas atividades no desenrolar do sonho. Existem técnicas para estimular este tipo de sonho, o que segundo algumas correntes de meditação, estaria relacionada a uma maior autoconsciência.
Embora a fase do REM não resulte em um descanso profundo, ela é fundamental para a recuperação emocional.

HORAS DE SONO


A figura acima mostra quantas horas é recomendado dormir para cada faixa etária, de acordo com as últimas pesquisas científicas! E então, você está dentro do recomendado? E mais importante, se sente totalmente descansado quando acorda?

Uma pesquisa publicada em 2016 na revista “Advances Science” mostra a duração média de sono em 20 países. O Brasil está em terceiro lugar no ranking de menor tempo de sono noturno, 7h36min, atrás apenas do Japão (7h30 min) e Cingapura (7h24min). No outro extremo, estão os holandeses, os mais dorminhocos, com uma média de 8h16min de sono.

A duração do sono observada está relacionada com o horário de ir pra cama (bedtime na foto). Os horários médios de ir pra cama no Japão, Brasil e Cingapura são 23h30, 23h40 e 23h50, respectivamente. Quanto mais tarde se vai dormir, menos se dorme! Existe uma pressão social para ficarmos acordados até tarde, mas o relógio biológico tenta nos acordar cedo, no meio tempo, uma parcela do sono é sacrificada.

A pesquisa também mostrou que mulheres costumam dormir mais que os homens, e que quem passa a maior parte do tempo acordada sob a luz do sol  tendem a ir para a cama mais cedo.

 Tradicionalmente as pesquisas que envolvem o sono costumam ser feitas em ambientes controlados de laboratório, nada a ver com o dia a dia conturbado que vivemos. Já esta pesquisa tem uma metodologia muito interessante, ela utilizou de um aplicativo para Smartphones chamado Entrain, criado em 2014 para ajudar pessoas com problemas de jet lag (confusão de fusos horários).

 A falta de sono aumenta o risco de distúrbios emocionais e físicos, incluindo obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.


CONSEQUÊNCIAS DA PRIVAÇÃO DO SONO



Quem nunca se obrigou a ficar acordado até mais tarde pra terminar um trabalho ou ver mais um episódio daquela série preferida que atire a primeira pedra! Mas repensar nossos hábitos é necessário para uma vida mais saudável!

Sono é saúde! Sua privação traz sérias consequências:

No curto prazo leva a cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, mudanças repentinas de humor, perda da memória recente, redução da criatividade, dificuldade motora, lentidão do raciocínio, desatenção, dificuldade de concentração, culminando em maior risco de acidentes.

No longo prazo aumenta o risco de: Obesidade, Diabetes, Envelhecimento precoce, Fraqueza muscular, Enfraquecimento do sistema imunológico, Doenças cardiovasculares e gastro-intestinais, além de perda crônica da memória.
Certamente ninguém quer esses riscos aumentados para si! Algumas dicas para dormir bem são: praticar exercícios físicos, ter um horário para ir pra cama, fazer um ritual relaxante antes deste horário, deixe seu quarto acolhedor para o sono (temperatura, som, escuridão, colchão, travesseiros). Esteja atento para ladrões de sono: álcool, cafeína e eletrônicos.

E o mais importante: faça do sono uma prioridade! Tenha o sono como uma atividade com hora marcada, não deixe o sono para depois que você resolver tudo! Pare as atividade para simplesmente DORMIR! Sua saúde agradece!

SONO E CRESCIMENTO


    Quantas vezes dizemos aos nossos filhos: "Menino, vai dormir, se não você não cresce"! Essa frase é um clássico dos pais. Mas crianças e adolescentes não nos dão muita importância. Por isso, os pais devem impor horários para as crianças irem para a cama e não permitirem que os filhos tenham horas insuficientes de sono.

  Cerca de 90% do Hormônio do Crescimento (GH) é produzido e liberado no  organismo durante o sono das crianças, principalmente, durante a noite.
    Para ser exata, cerca de 30 minutos após o adormecimento, com maior produção a partir das 22 horas, até às seis da manhã.

     Por isso, crianças que dormem pouco além de apresentarem prejuízos na memória, irritabilidade, menor concentração
e dificuldades de aprendizado, podem ter déficit de crescimento.

E para aqueles que dizem compensar a pouca quantidade de sono noturna, dormindo toda a manhã ou com as sonecas vespertinas, sinto dizer que, dormir de dia não produz o mesmo efeito, já que vários hormônios seguem ritmos circadianos (aqueles que respondem ao ciclo da luz e da escuridão), e que o pico do hormônio cortisol (glicocorticóide natural) ocorre ao amanhecer e, uma vez liberado no organismo, atrapalha a ação do GH. Nada repõe o sono noturno! 


    SONO E DIABETES??
    

 Parece estranho, mas existe sim uma relação entre a qualidade do sono e diabetes! Pesquisadores da Universidade de Chicago demonstraram que dormir menos de 5 horas por noite leva a um risco aumentado de desenvolvimento de pré-diabetes e diabetes!

 A partir de 3 noites com déficit de sono já foram notadas alterações em diversos exames! Houve redução na secreção de GH (hormônio do crescimento), aumento dos ácidos graxos e noradrenalina no sangue, levando a um prejuízo na ação da insulina!

No curto prazo observa-se elevação da glicemia para níveis de pré-diabetes, e a longo prazo Diabetes!

 Sono de qualidade e em boa quantidade é essencial para a prevenção e controle do diabetes!

Os mecanismos para explicar essa relação envolvem ainda hormônios que controlam o apetite e saciedade!


SONO E OBESIDADE


Pra resumir: dormir pouco ou dormir mal aumenta o risco de obesidade. Como isso acontece?

A falta de sono reparador altera hormônios que regulam as sensações de fome e saciedade. Ao mesmo tempo ocorrem duas mudanças endócrinos capazes de alterar significativamente a ingestão alimentar: a diminuição do hormônio leptina e o aumento do hormônio grelina.

A Leptina é um hormônio produzido pelo tecido gorduroso e tem efeito anorexígeno (tira a fome). Já a Grelina é um hormônio produzido pelo estômago e hipotálamo e tem efeito orexígeno (aumenta a fome).

Algumas evidências mostram que a privação de sono aumenta não somente o apetite, como também a preferência por alimentos mais calóricos! E isso é literalmente “juntar a fome com a vontade de comer”!
Além dos efeitos no apetite, a sonolência durante o dia resulta em fadiga menor disposição para a prática de atividade física.

Está claro que um padrão adequado de sono é fundamental para o controle do peso!

Depois de tudo isso... me deu vontade de dormir! :-)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sistema Endócrino: organização e funções!

SISTEMA ENDÓCRINO

A palavra Endocrinologia se origina do grego “ENDO”= que vem de interno, “KRINO” = secretar, e “LOGOS” = de estudo. Literalmente Endocrinologia o estudo das secreções internas.
Secreções internas conhecidas como Hormônios! Palavra derivada do grego “HORMON” =o que coloca em movimento, impulso, estímulo.
O Sistema Endócrino clássico é composto pelas glândulas mostradas na figura ao lado. A característica de uma glândula endócrina é secretar hormônios diretamente na corrente sanguínea, diferente das glândulas ditas “exócrinas” que possuem um sistema de ductos para conduzir suas secreções (ex: glândulas salivares, sudoríparas, digestivas).

O sistema endócrino é o grande mensageiro do organismo tendo papel fundamental na comunicação celular. Os hormônios informam às células como está o meio interno, e o objetivo final desta comunicação é o equilíbrio do corpo. Este estado de equilíbrio interno do corpo é chamado de homeostase.
O sistema endócrino integra as informações e interfere em praticamente tudo! É importante para: proliferação e diferenciação celular, crescimento, comportamentos, metabolismo, sono, digestão, humor, lactação, reprodução, percepção sensorial!
Os hormônios possuem múltiplas funções e formas de ação, e o mesmo hormônio pode ter diferentes efeitos dependendo de em qual órgão ou tecido está agindo. Além de se autorregular, o sistema endócrino interfere e sofre interferências importantes do sistema nervoso e imunológico.

Se não bastasse tanta complexidade, o sistema Endócrino não se restringe às glândulas clássicas mostradas na figura! A cada ano novos hormônios são descobertos, secretados por órgãos que pertencem a outros sistemas. Também secretam hormônios: pele, tecido adiposo, músculos, fígado, rins!
Eu costumo brincar que um órgão só está completo, quando se descobre que este secreta algum hormônio!

FUNÇÕES

A função primordial do sistema endócrino é integrar o organismo para garantir a homeostase (equilíbrio interno). Os hormônios funcionam como mensageiros, que levam o recado da célula que o produziu até órgãos e tecidos que podem estar muito distantes! 

A glândula endócrina secreta seu hormônio para o sangue, e uma vez na corrente sanguínea, o hormônio tem acesso a todo o corpo! Mas já que cada hormônio tem ações diferenciadas e em células específicas, como é possível que uma substância secretada em quantidade muito pequena consiga encontrar seu alvo? 

Vejam como o organismo é inteligente: o hormônio só age nas células que tenham um receptor específico para ele! O receptor é uma parte da célula alvo que se encaixa no hormônio, um esquema tipo chave e fechadura. E assim, dentre bilhões de células, o hormônio encontra seu par.

Depois que o hormônio se liga ao seu receptor, a célula é avisada que deve produzir uma resposta fisiológica. Por exemplo: quando o hormônio de crescimento (GH) se liga nas células do fígado a mensagem é: produza IGF1 que fará a criança crescer! Quando o mesmo GH se liga na célula muscular a mensagem é: sintetize mais músculo! E assim por diante...

Algumas vezes os hormônios podem ter ação na célula vizinha e não é preciso percorrer a circulação sanguínea, é a chamada ação “parácrina”, e outras vezes o hormônio age na própria célula que o produziu, é a ação “autócrina”!

Garantir respostas fisiológicas adequadas a cada situação é tarefa complexa que envolve todos os sistemas. É como uma orquestra, onde cada órgão desempenha um papel para a harmonia final!

ORGANIZAÇÃO

O sistema Endocrino tem uma organização e tanto!
Para que os hormônios cheguem a agir em seus tecidos alvos, muita comunicação teve de ocorrer antes entre o sistema Nervoso e Endócrino. 

Em termos gerais funciona assim: a região do cérebro chamada Hipotálamo manda sinais que estimulam ou inibem a glândula Hipófise, está por sua vez manda seu recado para as outras glândulas. Já as glândulas informam ao sistema Hipotálamo-Hipófise a quanto anda a sua produção hormonal, num sistema chamado de “feedback”, onde o próprio hormônio inibe as substâncias que o estimulam.

O hipotálamo é uma parte fundamental do nosso sistema nervoso central, ele controla o sistema nervoso autônomo (funções fisiológicas inconscientes), a temperatura do corpo, sensações de sede fome e saciedade, interfere nas emoções e comportamentos, regula os estados de consciência e ritmos circadianos (ciclo de vigília e sono).

A hipófise e considerada a glândula “Mãe ou Mestre”, já que seus hormônios ditam o funcionamento de outras glândulas.
Ela é composta por duas partes distintas: anterior (ou Adeno-hipofise) e posterior (ou Neuro-hipofise). Cada parte é responsável por funções diferenciadas.
A Adeno-hipófise produz os hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas endócrinas, enquanto a Neuro-hipófise armazena e secreta hormônios produzidos pelos neurônios do hipotálamo.

 A comunicação entre Hipotálamo e Hipófise é muito peculiar. Não é necessário que as substâncias caiam na circulação sanguínea geral. Existe uma delicada e fina rede de vasos sanguíneos que liga Hipotálamo diretamente à Hipófise (sistema porta), garantindo um ajuste fino da produção hormonal! 

Essa fisiologia é linda! Tudo concorrendo para um equilíbrio constante, nem demais, nem de menos. Quando há desequilíbrio as doenças endócrinas aparecem.


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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

EXERCÍCIO & ATIVIDADE FÍSICA para crianças e adolescentes!


Sentar, levantar, caminhar para se deslocar de um lugar a outro, passear com o cachorro, subir escadas, lavar o carro, brincar, dançar, cuidar do jardim... Todas essas ações são exemplo de atividade física. Vale qualquer movimento corporal produzido pela musculatura que resulte em um aumento da frequência cardíaca e em um gasto de energia acima do nível de repouso.

É comum que muitas pessoas confundam atividade física com exercício físico. Atividade física é qualquer ação que tire a pessoa do repouso. O exercício físico é uma forma de atividade física planejada, repetitiva, com orientação profissional, que visa desenvolver a resistência física e as habilidades motoras. Natação, corrida, musculação, tudo isso é exercício físico.


A partir destes conceitos, podemos afirmar que todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico. O objetivo, a intensidade, o volume, o planejamento e a constância diferenciam um do outro. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que todas as crianças pratiquem pelo menos 1 hora por dia de atividade física de moderada a forte intensidade. A foto mostra a pirâmide de atividade física para as crianças, seguindo as recomendações da OMS. Seguem as explicações:

- Ociosidade (topo):
Diminua o tempo em frente às telas: TV, videogames, smartphones, computadores.

- Atividades de Lazer (esquerda):
Dançar, remar, ginástica artística (saltos e cambalhotas) - De 2 a 3 vezes por semana;

- Força e Flexibilidade (direita):
Alongamento, artes marciais, ginástica, dança, pular corda - De 2 a 3 vezes por semana;

- Exercícios Aeróbicos (esquerda):
Patinar, andar de bicicleta, andar de skate, nadar, correr, pular corda - De 3 a 5 vezes por semana, com tempo mínimo de 20 minutos ao dia;

- Atividades Recreativas (direita)
Vôlei, basquete, futebol, corridas (pega-pega) pequenas, queimada - De 3 a 5 vezes por semana por pelo menos 20 minutos ao dia;

- Quanto mais, melhor (base)

Todos os dias: Brinque fora de casa ou do apartamento, troque o elevador pela escada (os adultos devem acompanhar os pequenininhos), ajude a arrumar a casa ou o jardim, lave seu animal de estimação, guarde seus brinquedos, ande até a padaria (se a mamãe ou o papai deixarem) ou saia para um passeio (se a mamãe ou o papai deixarem) no parque ou na pracinha perto de casa. 

A indicação do tipo de atividade varia em cada faixa etária, de acordo com as peculiaridades de cada fase.

ATIVIDADE FÍSICA: 2 A 5 ANOS

Os pré-escolares ainda são muito imaturos para os esportes organizados. Crianças entre 2 e 5 anos ainda estão aprendendo os movimentos básicos e eles devem ser repetidos muitas vezes até que sejam aprimorados.

Durante o exercício físico as tentativas para executar os movimentos e gestos esportivos demandam muita concentração da criança. Além disso, nesta fase as crianças não conseguem manter a atenção por um longo período, o equilíbrio está pouco desenvolvido e a visão ainda imatura dificulta a percepção da velocidade de um objeto em movimento, como uma bola.

Aos três anos a criança é capaz de: pular com os pés juntos, pegar uma bola grande com o apoio do tórax, atirar um objeto sem direção, correr consegue correr para frente.

Aos quatro anos já é capaz de: pular num pé só, subir escadas atirar uma bola, pegar uma bola só com as mãos, correr para frente e para trás.
Para os pré-escolares os exercícios devem ser lúdicas e sem regras rígidas. A mesma atividade deve durar no máximo de 15 a 20 minutos.

São indicados: correr, rolar, rastejar, pular, girar, escalar, em ambientes diferentes como superfícies inclinadas, molhadas, com grama, lisas e esburacadas!

ATIVIDADE FÍSICA: 6 A 10 ANOS

Nesta faixa etária o ideal é que a criança experimente diversas modalidades esportivas, se possível ao mesmo tempo. Desta forma o escolar irá desenvolver várias habilidades motoras e cognitivas. Mais tarde a própria criança irá escolher o esporte que prefere.

Nesta fase as crianças são capazes de aprender regras, mas tem dificuldade em segui-las, assim, os jogos devem ser adaptados com regras mais flexíveis.

O esporte deve focar na aprendizagem de motora e emocional. É uma oportunidade para se aprender a resolver problemas em grupo, a lidar com emoções (como a raiva) e formar uma consciência de coletividade. Tudo isso de forma lúdica. Se divertir é fundamental!

Se o foco do exercício físico passa a ser a competição, a obrigatoriedade do alto desempenho, a diversão se transforma em stress, podendo levar a consequências físicas e emocionais, além de ser grande a possibilidade de desistência.

ATIVIDADE FÍSICA: ADOLESCENTE

A adolescência é o período entre 10 e 19 anos. Fase de muitas transformações físicas e psíquicas.

Além do aparecimento das características sexuais secundárias, outras mudanças físicas destacam-se:

1 – Estirão do crescimento

2 – Aumento da massa gorda, principalmente em meninas.

3 - Aumento de massa muscular, principalmente nos meninos devido aos altos níveis de testosterona.

4 - Ganho de massa óssea, momento de se prevenir a osteoporose no futuro.

5 – Redução da flexibilidade, já que o crescimento do esqueleto ocorre antes do crescimento de músculos e tendões.

Tanta mudança reflete nos exercícios físicos, claro!
A partir dos 10 anos o treinamento profissionalizante com mais de 6 horas de treino por semana pode ser iniciado. É importante respeitar os limites físicos do adolescente e sua vontade de seguir ou não neste caminho.

Recomenda-se que todo adolescente pratique algum esporte ou exercício que o agrade. Cabe ao próprio adolescente definir se quer ou não participar de competições. A família deve estar atenta ao uso indevido de suplementos e bebidas com estimulantes, além de orientar e fiscalizar o uso de equipamentos de proteção.


ATIVIDADE FÍSICA: DUVIDAS E POLÊMICAS!

Algumas perguntas sempre aparecem quando se trata de exercícios para crianças e adolescentes: Basquete faz crescer? Ginástica artística reduz altura? Ballet atrasa menstruação? Quando pode fazer musculação? Treinamento profissional tem risco?
Vamos tratar de todas!

A respeito do impacto dos exercícios no crescimento:

Para atingir a estatura adulta de acordo com seu potencial genético, muitos fatores estão envolvidos: ausência de doenças crônicas ou doenças agudas recorrentes, sono adequado, boa nutrição e atividade física.

Mas então porque os ginastas são baixinhos? Será que é porque a ginástica artística prejudica o crescimento? Ou será que é porque os baixinhos levam vantagens nos movimentos da ginástica artística?


 Existem evidências de que as duas correntes de pensamento têm um tanto de razão. Uma combinação de fatores faz com que praticamente só as pessoas de baixa estatura se tornem ginastas de elite!

  A ginástica artística exige do atleta força, agilidade, equilíbrio, flexibilidade, coordenação e habilidade corporal. As pessoas mais baixas são escolhidas pelos olheiros e treinadores por se adaptarem melhor ao esporte.

  Os movimentos acrobáticos tanto transversais como longitudinais são mais fáceis de executar para quem é menor. Alguns aparelhos também têm medidas determinadas e são melhor adaptados para os de baixa estatura!

Sem dúvida, os baixinhos levam vantagem para a prática da ginastica artística!

 É preciso deixar claro que diferentes modalidades esportivas não aumentam ou diminuem a estatura. O que acontece é que cada esporte beneficia um tipo físico, então os altos “por natureza” vão se dar bem no basquete, enquanto os baixinhos “por natureza” se adaptam melhor à ginástica artística.

 Quando o treinamento físico tem intensidade leve a moderada, ele estimula a secreção do GH (hormônio de crescimento) e ajuda a criança alcançar seu potencial genético. Esse nível de esporte é estimulado!


Mas será que a prática da ginástica faz as crianças crescerem menos? Qualquer atividade física se praticada em excesso pode prejudicar o crescimento. A ginástica particularmente, por cursar com grande impacto tanto em membros superiores como inferiores seria ainda mais prejudicial.

Nas extremidades dos ossos estão as placas de cartilagem de crescimento. Quando o exercício é exagerado, as placas sofrem com os impactos repetitivos e pode ocorrer a desaceleração do crescimento ósseo. Além disso, a exigência de peso dentro de limites muito estreitos leva o ginasta a fazer dietas de restrição calórica, o que pode induzir atraso puberal e a diminuição da mineralização esquelética.

Durante a atividade física, a contração muscular promove um aumento da formação óssea na região próxima aos locais onde os músculos se inserem, levando ao aumento da mineralização óssea. A massa óssea atinge 90% do seu pico no final da adolescência, sendo que um quarto do osso adulto é acumulado durante os dois anos de pico de velocidade de crescimento durante o estirão puberal.

Quando o esforço é extenuante e leva a impacto repetitivo nas cartilagens de crescimento, o exercício pode afetar o crescimento. 

Crianças que precisam repor o hormônio de crescimento (GH) e praticam esporte de nível profissional, de alto desempenho, podem não crescer bem mesmo com o uso da medicação. Após a redução da intensidade do treinamento essas crianças voltam a crescer com uma velocidade adequada, esperada para quem repõe o GH.


A prática esportiva na infância faz parte de uma vida saudável e equilibrada! Mas devemos tomar cuidado com excessos e/ou atividades sem supervisão.

O esporte MAL conduzido tem seus riscos. 
O esporte de alto desempenho cobra seu preço


O aparelho motor pode sofrer com traumas, fraturas, escoliose, tendinite, lesões musculares e até a temida osteocondrose (crescimento anormal dos ossos levando a deformidade). 

Do ponto de vista endocrinológico, o esforço físico exagerado altera o equilíbrio e função de diversos hormônios, o que reduz a velocidade de crescimento e atrapalha o ciclo menstrual. 

O stress de um treinamento excessivo aumenta os riscos do aparecimento de transtornos alimentares, distúrbios do sono e ansiedade. 

Já a prática BEM orientada traz benefícios são tremendos, como: 

*promoção de crescimento físico, 

*estímulo ao desenvolvimento psicomotor, 

*melhora capacidade cardiovascular, 

*efeito positivo no perfil lipídico (aumento HDL, bom colesterol, e *redução dos triglicerídeos), 

*melhora da sensibilidade à insulina, reduzindo risco de diabetes mellitus tipo 2, 

*incremento da massa óssea, prevenindo a osteoporose, 

*aumento de força e massa muscular e 

*desenvolvimento de habilidades sociais. 


Nem sedentarismo, nem exageros! Melhor seguir o ensinamento de Aristóteles que diz “A virtude está no meio”


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